Por Edson Souza
Era 28 de julho de 1960 quando o prefeito Mariano Procópio de Araújo Carvalho assinou o decreto que estabelecia os horários oficiais do microônibus em Ilhabela. Para muitos moradores, era o início de uma rotina mais organizada, ainda que simples, de transporte coletivo na cidade.
Na região sul, entre a balsa e o bairro Veloso, os microônibus partiam às 8h e 16h, retornando às 8h45 e 16h45. Já no percurso norte, até a Ponta das Canas, as saídas eram às 9h30 e 13h, com retorno marcado para 10h e 14h. Quem dependia desse transporte sabia que cada viagem exigia paciência: as ruas de terra, muitas vezes enlameadas pela chuva, tornavam o trajeto lento e trepidante.
O veículo era simples, com bancos rígidos e janelas abertas, deixando entrar o sol, o vento e os sons da cidade. Passageiros conversavam entre si, cumprimentavam conhecidos e, às vezes, carregavam pequenas cestas ou pacotes, transformando o microônibus em um espaço comunitário e de troca.
Com o passar dos anos, o serviço evoluiu: os horários foram ampliados, a frequência aumentou e os microônibus passaram a circular até às 22h, aproximando Ilhabela de um transporte coletivo mais estruturado.
Hoje, lembrar daqueles primeiros horários e trajetos é mais do que relembrar o passado do transporte: é reconhecer a história das ruas, dos bairros e das pessoas que fizeram de Ilhabela uma cidade viva, conectada e cheia de histórias para contar.











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