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26.11.25

Homenagem a Antônia da Conceição Silva dos Santos - "Toninha" - Praia Grande em Ilhabela

 Por Edson Souza

Nesta fotografia registrada por Ruben Bianchi, vemos Antônia da Conceição Silva dos Santos, carinhosamente conhecida como dona Toninha, figura marcante da comunidade da Praia Grande, em Ilhabela. Á sombra de uma pequena barraca de madeira pintada de azul, ela vendia doces, balas e refrigerantes às crianças que passavam pela estrada.

Neta de portugueses e espanhóis, dona Toninha cresceu entre tradições caiçaras e histórias de um tempo em que a estrada sul ainda era apenas uma trilha de terra batida. Em entrevista concedida ao jornal Imprensa Livre, ela recordou que seu pai trabalhava na roça, plantando e colhendo cana-de-açúcar para abastecer os engenhos de aguardente que movimentavam a economia local.

Dessa produção artesanal nasceram marcas que se tornaram conhecidas em toda a ilha, como as cachaças “Morrão Caiçara”, “Bexiguinha”, “Batango”, “Fagulha” e “Leite & Irmãos”, produzidas na Praia Grande e no Bexiga. Já nas proximidades da Praia do Curral, destacavam-se as aguardentes “Cristina” e “Vale”, enquanto no bairro São Pedro era feita a tradicional “Rodamonte” e na Fazenda São Matias a cachaça “Feiticeira”.

Filha da terra, dona Toninha nasceu e viveu sua vida na Praia Grande. Quando menina, frequentou a antiga escola da Prainha (Remanso/Julião), até que, em 1968, foi construída a Escola da Praia Grande, atual Escola Anna Leite Julião Torres.

Em 1980, ela montou sua barraca no bairro, prometendo ao então prefeito que não venderia bebidas alcoólicas nem cigarros — e cumpriu essa promessa por toda a vida. Lembrava que, naquela época, os carros já começavam a circular, mas a estrada ainda era de chão; em dias de chuva, era comum ver veículos atolados na subida do morro.

Com o passar das décadas, acompanhou o desenvolvimento do bairro. Para ela, a chegada da energia elétrica, os avanços na saúde e a urbanização das ruas e calçadas trouxeram melhorias significativas; mas, em suas palavras simples e certeiras, fazia uma ressalva: — “Hoje está tudo melhor, mas a educação que as crianças recebiam dos pais, essa sim era outra.”.

A entrevista com dona Toninha é extensa e preciosa — um verdadeiro documento imaterial sobre o cotidiano e as transformações da Praia Grande ao longo do século XX. Por ora, ficamos com o registro fotográfico que, mais do que uma imagem, é um elo com as lembranças da nossa infância e da história viva de Ilhabela.


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