Quando o “Bacalhau” atacou Ilhabela em 1976

 Por Edson Souza // Reprodução: Filme Bacalhau 1976

Em 1975, Steven Spielberg lançou o clássico “Tubarão”, que se tornou um marco do cinema mundial. No ano seguinte, o diretor Adriano Stuart teve a brilhante e bem-humorada ideia de criar uma paródia brasileira do filme. Assim nasceu “Bacalhau”, produzido pela Ômega Filmes e inteiramente filmado em Ilhabela.

A produção reuniu uma equipe de cerca de 75 pessoas e contou com um elenco de peso, incluindo Canarinho, Maurício do Valle (protagonista de O Dia em que o Santo Pecou), Hélio Souto, Dionísio Azevedo, Helena Ramos, entre outros nomes conhecidos do cinema nacional.

Em Ilhabela, a prefeitura colaborou diretamente com as gravações, chegando a autorizar filmagens dentro da Câmara Municipal. Um detalhe curioso é que o cenário era completamente real — nada foi alterado: nem os móveis, nem os quadros dos vereadores, que inclusive aparecem em cena. Um verdadeiro registro histórico e um ótimo marketing espontâneo para a cidade.

Entre os locais de filmagem destacam-se a Praia das Pedras Miúdas (Ilha das Cabras), a Travessia das Balsas, a Igreja Matriz Nossa Senhora d’Ajuda e Bonsucesso, o Recanto do Samba e diversas ruas e praças da Vila.

Sobre o filme

A tranquilidade de uma pequena ilha tropical é abalada pelo surgimento de um peixe gigante, indomável e faminto, que não poupa nem os banhistas. O chefe de polícia tenta interditar a praia, mas o prefeito, temendo prejuízos na alta temporada, insiste em negar o perigo. Quando o caos se instala, a solução encontrada é contratar um pescador português para capturar o terrível monstro — o temido Bacalhau da Guiné.

Curiosidades de bastidores

O “Bacalhau” — apelidado pela equipe de Garibaldo — foi construído em fibra de vidro. Durante as filmagens, o protagonista aquático acabou se perdendo no mar. Após duas horas de buscas, Garibaldo foi encontrado — mas sem a cauda, que servia de leme! Para continuar as cenas, a equipe improvisou: recheou o peixe com pesos e bóias, garantindo que o astro ficasse na posição certa para o clímax da comédia.