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30.10.25

Baú Caiçara: Píeres, Pontes e Conexões da Antiga Ilhabela

 Por Edson Souza

Antigamente, atravessar Ilhabela de um bairro a outro era uma verdadeira aventura. Para vencer os córregos e riachos que cortavam a ilha, os moradores dependiam das pinguelas — pequenas pontes de madeira, muitas vezes improvisadas, que se tornaram parte do cotidiano da população.

Essas travessias rústicas ligavam regiões como a Barra Velha, Perequê, Reino, Itaquanduba, Vila, Siriúba e Garapocaia. Era comum ouvir que “tinha pinguela pra tudo que é lado”.

Até meados da década de 1950, os píeres e pontes da ilha continuavam a ser construídos em madeira — um trabalho árduo, pois as estruturas precisavam ser constantemente substituídas devido à ação do tempo e da maresia. Somente a partir de 1954 passaram a ser erguidas em cimento, consolidando uma nova fase na infraestrutura da cidade.

Os registros mais antigos sobre essas construções remontam ao século XIX. Em 1878, a Câmara de Villa Bella (atual Ilhabela) já contratava trabalhadores para buscar madeira nas matas e realizar reparos nas pontes que cruzavam os córregos locais. O mesmo serviço era utilizado para obras públicas, como a manutenção das portas e janelas da primeira cadeia da Vila.

Nos antigos livros de atas da Câmara Municipal, encontram-se valiosos trechos que revelam o cuidado e a importância dessas obras para a comunidade:

  • “A Comissão apresentou em 1881 o parecer em respeito à construção e reparos das pontes sobre os rios do Engenho d’Água, Garapocaia e a do bairro do Perequê.”
  • “Em 1881, o Vereador Emygdio Leite declara que pode proceder ao exame da ponte do Itaquanduba, apresentando o orçamento da mesma em 30$000, para colocar duas vigas que atravessem o rio em suas respectivas margens.”
  • “Foi exibido em 1882 o parecer declarando que a ponte do rio Garapocaia, arrematada em 40$000 pelo cidadão Joaquim Epaminondas Garcia de Oliveira, acha-se terminada conforme as determinações da Câmara.”
  • “Em 1912, indicamos que esta Câmara autorize ao prefeito a mandar construir uma ponte no rio Siriúba, apresentando em sessão o projeto de orçamento, visto que se acha intransitável a passagem.”

Esses relatos mostram como as pinguelas e pontes foram fundamentais na formação e integração dos bairros de Ilhabela. Mais do que simples travessias, elas representavam o esforço coletivo de uma comunidade que, com determinação, moldou o caminho entre o passado e o presente da ilha.

 


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