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20.8.23

A Catástrofe de 1967 – A Tromba d’Água em Caraguatatuba

 Por Edson Souza / Especial: Serramar Shopping

No dia 18 de março de 1967, o município de Caraguatatuba, localizado no litoral norte do Estado de São Paulo, foi cenário de um dos episódios mais trágicos de sua história e de todo o litoral paulista. O evento, conhecido como a Catástrofe de 1967 ou Tromba d’Água, marcou profundamente a memória coletiva da população e transformou de forma definitiva a relação da cidade com seu território, seu meio ambiente e suas políticas de prevenção a desastres naturais.

Naquele sábado, um fenômeno meteorológico de grandes proporções atingiu a região. A convergência de duas frentes frias sobre o oceano Atlântico provocou chuvas torrenciais e contínuas, com volumes excepcionais de precipitação em poucas horas. O solo, já saturado por dias consecutivos de chuva, perdeu completamente sua capacidade de absorção, desencadeando inundações generalizadas, transbordamento de rios e uma série de deslizamentos de terra provenientes das encostas da Serra do Mar.

Entre os cursos d’água mais afetados estava o rio Juqueriquerê, cuja cheia repentina transformou seu leito em um fluxo violento e destrutivo. As águas avançaram sobre bairros inteiros, arrastando casas, veículos, pontes e infraestruturas públicas. O cenário era de devastação: ruas desapareceram sob lama e entulhos, residências foram destruídas e dezenas de famílias perderam tudo o que possuíam. O município ficou praticamente isolado, com o fornecimento de energia elétrica, água potável e comunicações severamente comprometidos.

Paralelamente às inundações, os deslizamentos de terra configuraram um dos aspectos mais letais da tragédia. Enormes massas de solo, rochas e vegetação se desprenderam das encostas da Serra do Mar e avançaram sobre áreas urbanizadas, soterrando moradias e ceifando vidas. Muitas pessoas ficaram presas sob os escombros, dificultando o trabalho das equipes de resgate, que atuaram em condições extremamente adversas. A dimensão do desastre superou a capacidade imediata de resposta do município, exigindo apoio externo em larga escala.

Diante da calamidade, destacou-se a mobilização solidária. Voluntários, entidades civis, forças de segurança e equipes de socorro de diversas regiões do Estado e do país deslocaram-se para Caraguatatuba. Alimentos, roupas, medicamentos e materiais de primeiros socorros foram enviados para atender às vítimas. O poder público, em suas diferentes esferas, atuou no resgate dos sobreviventes, no atendimento aos feridos e na organização de abrigos temporários para os milhares de desabrigados.

Nos dias e semanas que se seguiram, iniciou-se um longo e desafiador processo de reconstrução. Ruas e acessos precisaram ser desobstruídos, áreas inteiras foram reavaliadas quanto à segurança para ocupação, e novas moradias tiveram de ser providenciadas para as famílias atingidas. O restabelecimento dos serviços básicos ocorreu de forma gradual, em meio a um esforço conjunto entre autoridades e a população local. Embora lento e marcado por dificuldades, esse processo simbolizou a capacidade de resistência e organização da comunidade caraguatatubense.

A Catástrofe de 1967 representou um marco histórico para Caraguatatuba. A partir dessa experiência traumática, a cidade passou a investir em planejamento urbano, sistemas de drenagem, monitoramento pluviométrico e políticas de prevenção e defesa civil, buscando reduzir riscos e mitigar os efeitos de eventos climáticos extremos. A população, por sua vez, tornou-se mais consciente dos perigos associados às chuvas intensas e da importância de medidas preventivas e de resposta rápida.

Mais do que um episódio de destruição, a tragédia de 1967 revelou a força da solidariedade, da união comunitária e da resiliência de Caraguatatuba. O desastre permanece vivo na memória de seus moradores como um alerta permanente e como um símbolo de superação. Hoje, a cidade se apresenta não apenas como um importante destino turístico do litoral paulista, mas também como um exemplo de aprendizado histórico, reconstrução e compromisso com a proteção da vida e do território.

 




Por Edson Souza / Especial: Serramar Shopping


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